terça-feira, 26 de abril de 2016

Encoberto


Após os ínfimos momentos
de um inverno triste
amofinados na mortalha
da fina e rendilhada morrinha
que de forma persistente
possuía tudo o que ansiava
transformar em luz
o escuro imponente de um sussurro
liberto no esplendor da planície.

Da construção de versos se fez obra
E tudo ressuscita num poema
sob um sol de primavera envergonhada
pois que a vida se resume
ao infinito dos dias de maio

terça-feira, 19 de abril de 2016


Lá, onde a vista suporta a ilusão
Toda a existência era bebida
Num trago que embora efémero
Era eterno

Dos séculos que passaram
Retidos ficaram os sonhos

Não acaba numa geração
O que é eterno

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Ilha da saudade



No volátil sabor das palavras vãs
Sustidas no estremecimento
De um silêncio oculto pelo
Pleno sussurrar das searas
Em dias em que o esquecimento
Imperou sobre todos os males
E ao fundo, nas entranhas de uma ilha
Chamada saudade, repouso
A Lembrança
Hoje só o sossego tem lugar

No canto onde se guardam os tesouros