quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Clareira


Não me refugio no ventre do estio
Embora por vezes o cansaço
Me force a repousar na imensidão
De coisas que outrora foram limbo
Força-me o brilho da sombra a prosseguir
Recusam-se os nervos e a vontade
Na clareira basta da pacatez
Rodeada da imensidão da floresta
Onde agora se perde a lembrança
Do sol que emergia em vigor
E da frescura que um traço
Um timbre
Um gesto
Fazia emergir

O sobrenatural sob o crepúsculo

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Equação indeterminada


Queria ser do infinito pertença
Correr nos limites de um conjunto vazio
Ser a interseção de um volume abstrato
Resultado de equação indeterminada
Resto de um quociente divisível
A tender para um ponto indefinível
Cujas coordenadas se projetam
Num plano sem pontos de referência
Tangente a uma curva sem raio
Presente apenas nos momentos
Em que o domínio da consciência é

geométrico