quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Reflexão de um ser ausente



Na complexa teia onde me sento
Divagam tons de luz sem piedade
Progridem por entre os nós
de um rendilhado
Penetram em todos nós
Que absortos nos mantinha-mos

Eu que só queria contemplar o invisível
chapinhar das sereias da represa
Deixar que fosse o nada e ele apenas
a levar-me por entre a plenitude
do vazio

Virar as costas ao real
Estender as pernas, divagar
Subir ao mais alto cume,
em pensamento
Divisar a plenitude do momento
Sem do meu descanso abdicar

Ausente, apenas um instante
Ou toda a vida

que num momento coubesse

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Tocas-me


Tocas-me
com mãos que conhecem os meus acordes
dedilhas as notas todas que há em mim

Das cordas
que revelam as minhas histórias
extrais sons evocando o por do sol
num ritmo em que tenso me possuis

e

Ressoando no interior de mim
prolonga-se o eco do desejo
uníssono,  possuído pelo momento

Colas-me ao teu ventre em harmonia
libertas-me num momento de magia
num alinhamento temperado
que só o som da cumplicidade proporciona

Vibras-me a alma
Nasço da ponta dos teus dedos

Sou música!

sábado, 6 de setembro de 2014

Feito


O brilho de uma luz apenas imaginada
Que o esforço tornou no sonho vislumbrado
O suor de dias frios e horas de trabalho alimentavam

Invade-nos então deslumbrante
e estridente como um sopro
Penetra no ar recetivo de uma vida
O supremo saber do que é uma certeza

Não foi em vão o desafio
Num querer que
embora ameaçado
nunca vacilou

   Nem sempre borboletas coloridas
   Povoam verdes e luxuriantes paraísos

Valeu a pena, vale sempre,
manter a janela aberta para a Esperança

Feito