domingo, 3 de março de 2013

longe


longe
na palma da mão recortada
pudera ser mais longe
se quisesse

no peito, na alma
mas não na esperança
aí seria demasiada
a distância

assim
num clique da lembrança
escorrendo pelos dedos
a presença
que a mente ocupa
e o peito enche
sabe-se sempre perto
e persistente

8 comentários:

Anónimo disse...

Olá, Armando!

Poesia, de novo? Ah!

Obrigada pelos seus carinhosos comentários (homem não é de ferro), mas tenho a impressão que ficou enfeitiçado pela dançarina e o meu poema, coitadito, foi lido na diagonal.

Dança por dança, pois preferiu a outra, dança, ELA, está bom de ver.
Eu não sou "ciumenta".

Li a sua poesia, "LONGE", mas olhe, do longe se faz perto, como diz o ditado popular.

No peito e na alma, é grande a esperança e não está longe, desculpe contrariá-lo.

Quanto às lembranças das presenças distantes, longe, aí é que "a porca torce o rabo", porque só a nossa mente as pode pôr em ação e junto de nós.

Não sei se interpretei bem o seu poema, porque é sempre difícil interpretar aquilo que os outros escrevem, sobretudo se for poesia, e se o poeta for transmontano, estamos "tramados", porque não "levantam o véu".

Pense no Torga, por exemplo. Boa pessoa, mas viveu de forma amargurada e revoltada, penso eu, a maior parte da sua vida.

Que grande comentário! Eu sou mulher da planície, já se sabe.

Resto de feliz domingo.

Beijo da Luz.

Anónimo disse...

Nunca sei se fica contente ou não com os meus comentários.

Não seja tão sucinto! "Cante" o que lhe vai na alma.

Não sabe cantar? Eu ensino, porque sempre pertenci a grupos corais e era solista. Veja só!

Beijo.

PS: tenho de ter cuidado com as "parvoíces" que escrevo aqui, porque os seus comentadores são pessoas que me merecem a máxima consideração.


Lídia Borges disse...

É um poema de suavidade feito, transformando a distância em verso transponível, logo ali, na berma do passeio onde a vontade espera.


Um beijo

Lídia

trepadeira disse...

Não há distância que se não vença.

Abraço,
mário

manuela barroso disse...

Uma poesia lindísssima, contrariando o seu habitual aspeto formal.
Gostei Armando, e com imagem , está genial.
Abraço

Anónimo disse...

A poesia vive-se saborea-se. Resta a esperança de outros belos poemas.

Wesley Carlos disse...

Olá, Armando

Encontrei seu blog através do "Afectos e Complicidades" da grande Emília e, confesso, que era de se esperar um nível tão grande de escrita. Assim como a Luz que trás uma claridade incrível aos seus sentimentos atrás de sua poesia, você em "Longe" possuí o mesmo nível de escrita. O bom nisto tudo é saber, e ter a certeza, que a poesia aproxima tudo que desejarmos... Simplesmente por aceitar-mos da forma que estamos e nos aprimorar.
P.s.: Sigo, para lembrar o caminho e poder voltar!

Até breve, Wesley Cr
* http://wscarlos.blogspot.com.br/

BLOGZOOM disse...

Gosto da cadencia de como escreve poeticamente. Li este poema, o anterior o posterior, e considero o compasso fantastico.

Beijos