quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Embalada





Entre o inóspito dos cardos
E o agreste dos seixos onde crescias
Sob a Providência que a sombra fornecia
E do inclemente sol de Agosto protegia

A folhagem que era ténue
Solidária e sempre pronta
Amenizava a hipócrita geada

Nem a neve, princesa enganadora
Em ti inclemente penetrava

Fruto da mesma semente
Da flor que em jardim era regada
Tu, isolada, exposta, maltratada
À mercê de qualquer boca inclemente

Talvez, quem sabe, era esse o dom
Que em ti criava esse tom único
O perfume que só tem a liberdade
Que o céu e as estrelas
São as únicas cercas
De todo esse reino que é o teu

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Geada




Sob a fina camada da geada
O bafo que o gelo censurou
Vindo de um peito ofegante
Ardendo em densas labaredas
Na cortina da censura embateu

Em ruínas toda a fúria desabou
Espalhada por caminhos e veredas
E o vento que era forte ajudou
Ciente do bom ato que fazia
Em mil flocos a vontade semeou