quinta-feira, 19 de julho de 2012

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Arriba do murmúrio




Vai-se a brisa que fez ecoar o teu murmúrio
Suave como chegou se evadiu
Trouxe de ti as novas que deixaste

Pelo meio em segredo definiu
A estratégia que serviu de mau augúrio

O palato afinado corroeu
Que de tanto arfar se consumiu

E no momento de saber quem concedeu
A virtude de tamanha ousadia
Partiu, que era tarde, já temia
Não ter fôlego pra voltar enquanto dia

Que a noite, traiçoeira, como é
Toda a obra podia perigar
E tolher a empreitada de voltar
Sem antes libertar a euforia

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Para a Helena (Parabéns)



Também para ti que não me entendes, escrevo.
Que te queixas de ser a matemática das palavras
mais complexa que a química das sensações!

Que lês e que gostas do que vês
mas esbarras no labirinto das minhas letras.

Mas, o querer em contorná-las,
a leveza da aprendizagem,
o rasgado sorriso desenhado nas finas linhas dos teus lábios,
são apenas o astrolábio que indica
não ser então vã a certeza
de que escrever será também um prazer teu
que o gosto pela leitura já fortaleceu.

E tudo isto em ti, para orgulho meu!

terça-feira, 10 de julho de 2012

Enredo




Que encantos e segredos encerras
Num misto de nostalgia ausente
O certo, que  é sabido, como sempre
Será enredo merecido, certamente

Talvez um misto de euforia
Daquilo que já foi e não voltou
Da leveza do sorriso
Do toque dos dedos
Do leve ondular que o vento promove
Da argúcia a quem sempre se socorre

Marca de charme que provoca
O efeito que sem ele tudo se troca
E pelo qual, até o infinito corre

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Dormente



Longe levo a vontade ausente
Num passo, breve e escuro como bréu
Do perto, o dócil é tão só, dormente
Que em pálido e baço ardor se converteu
Escorre o mundo por entre os dedos
em laivos de amargura e de torpor.
Tão só, talvez, seja a vontade
O querer fugir ao frágil fragor
Do ardente possessivo sentimento
Que implodiu em lento e mudo tremor
E tal como chegou, desapareceu.