terça-feira, 21 de junho de 2011

Estio




Estio

Despojos de uma luta incandescente
Desaguas a tua alma no vazio
Perdes o alento no bafio
Rumas a um porto indiferente

Da jangada o leme inexistente
Do peito desprovido o coração
Árido como a vasta imensidão
E pobre como a liberdade ausente

Da rocha a dureza subtraída
Do fogo sonegado o ardor
Da vil à misericordiosa dor
A um passo da alegria prometida

Mas tudo é perene, voraz, enganador!   

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O que te anima?




O suave sentir do fim da tarde
O enganador idílico pôr-do-sol
O nostálgico enfadonho anoitecer
O efémero e ilusório sonho
O irritante e pontual acordar
O revigorante fresco do banho
O potente e violento trovejar
A chuva triste e sensual
O enleio do vento tentador
O dia que de novo te guiar
Ao fim da tarde
Ao pôr-do-sol
Ao anoitecer