quinta-feira, 19 de maio de 2011

Persistência


Da nesga de sol que rasga a penumbra
Do ténue raio de luar
Da brisa que suave o rosto toca
Da fúria da onda de branco mar
Da púrpura seda que te despe
Da prata mais fina que existir
Da árida paisagem e solo agreste
Da ribeira que a seca há-de gerir
Da infinita linha de horizonte
Do barco que insiste em navegar
Da margem que é unida pela ponte
Do melancólico e perdido olhar

De tudo isto é feito o querer
De tudo isto é feita a persistência
Posterior a um acto de demência
Desistir é ainda pior do que morrer

terça-feira, 17 de maio de 2011

Na Demanda do Ideal - Apresentação

Está já agendada a apresentação do meu primeiro romance "Na Demando do Ideal". A todos os que têm partilhado comigo este blogue estendo o convite. Seria mais que uma honra, um grande prazer poder partilhar este momento convosco.
Desde já o meu sincero agradecimento.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Caíu-me o céu


Caíu-me o céu
Sem estrondo nem explosão
Evidente pela ausência do trovão
E óbvio pelo que o antecedeu

Não tocaram as sirenes
Os alarmes não soaram
Do âmago inútil brotaram
Essências e perfumes tão perenes

O tempo corre
Escoam-se as horas
Todos os minutos que demoras
A decifrar aquilo que em ti morre

Alavanca de Arquimedes
Balança de mercador
Agudiza a ténue dor
Pois matá-la não consegues

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Disco voador





Sem rumo, objectivo ou propósito,
por serranias calcorreando os infindáveis
e inóspitos trilhos da esperança.
Se ao longe o vale te parece que alcanças
a cruz pelo caminho é jugo certo
o peito sempre num profundo aperto
a férrea vontade de prosseguir
e a linha do horizonte a dividir
o céu como desejo e rumo certo
que o importante é descolar e prosseguir.