terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Dias assim



Há dias assim. Começam rudes e, enfadonhos, evoluem em estreitos corredores de infinita intermitência. Dias que parece que o que tinham para nos dar de bom já se tinha esgotado antes de começar. Que nos comprimem com o que de penoso já vinha de trás. Mas é esta a virtude da vida, também estes dias podem acabar bem e às vezes basta tão pouco. Assim foi, assim seja.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sinuosidades


Tu sinónimo de incerteza, devastado por vagas agrestes de solidão. Enquanto o devir te guiar, a ambiguidade te dilacerar o âmago, expondo-te à inconstância da errante penumbra e o umbilical cordão do desassossego te sujeitar, então tudo o que em ti quer explodir, sempre soará a mudo grito de introspecção.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Miragem


Dia após dia, sempre desfiando minutos de imensidão longínqua, soam ao longe as vigorosas vagas do teu mar, ergues-te, revolves-te e não desistes.
Quão sedutor é o vaguear errante do que, no seu âmago leva toda a infinitamente pequena réstia de esperança.
E, assim atraído pelo horizonte, que de tão azul, te pinta de verde a esperança.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Murmúrios


Um murmúrio pode ser de tudo ou de quase nada, uma quase divagação ou preconceito. Confunde-se com um gemido que pode ser de dor ou do mais genuíno prazer. É um sussurro que deixa transparecer o que vai na alma, um lavar de angústias, depurar de tormentos e exorcismo de fantasmas. Murmuras porque temes ou porque tens esperança?