domingo, 28 de novembro de 2010

Estuário


Perto da foz, no entanto nem água doce, nem água salgada, uma mistura de ambos, o estuário é um porto de abrigo, uma zona calma, de garantia de sossego, paz e tranquilidade absoluta. Aqui a solidão não é um isolamento mas sim um sentimento partilhado.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O vento



Não, não me chames quem eu não sou, não ponhas na minha boca as indizíveis frases, que o vento que entra pela frincha que ainda ficou, depois da ultima remodelação, deixa passar.
Eu sou o vento, o que sussurra, o que alerta, atemoriza ou que tranquiliza. Eu sou a geada que tudo enregela e que cobre de branco as peles suaves.
Sou também o sol, o de Primavera que tudo faz despontar, mas também o de Verão que tudo seca. Queria ainda ser o Sol de Inverno pelo qual se anseia.
Serei a noite, tranquila e serena, que promove sonhos e que leva ao despontar da aurora.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ajustes



Às vezes as coisas não se encaixam, estão desalinhadas, incongruentes incompatíveis. Será? Será que tudo não passa de pequenos ajustes, de acertos, reflexão, cedência e compreensão? Será um desalinhamento uma incompatibilidade ou apenas o que nos trouxe até um ponto de inflexão?

domingo, 14 de novembro de 2010

O Momento


Há um momento que nos liberta, que nos faz esquecer um dia mau, que nos dá alento para o caminho que resta. Esse momento, não se espera, acontece. Há um momento em que pensamos que esse momento já não chega. Mas quando chega!
Foi-se o fim-de-semana ou o que ele nos deixou ter, vem uma nova semana. Haverá novos momentos.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Um voo


...de esperança, na ternura dos quarenta (e dois, feitos ontem). A vida é feita de baixos, de altos de encontros e desencontros, de bocejos, de angústias e tropeções, mas também de alegrias, de ritmo cardíaco acelerado e esperança, especialmente esta.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Evasão


Entre o sagrado e o profano, a evasão. O desejo de voar e entrar em órbita, a vontade de reclamar o infinito. A angústia de criar o desassossego, a tristeza e a própria angústia. A vontade resulta do desejo, do sentimento, do fogo da paixão e do ardor criado pela melancolia.”  
In Crónicas do Devir de Matt Hilde

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Insónia



Insónia é um nome de um filme passado no Alasca, em que o investigador Al Pacino tenta desvendar um crime. A insónia vem-lhe da ausência de noite existente naquelas paragens por essa altura.
Será também insónia a consequência do estado que as coisas estão? Da avidez de viver o momento, os minutos que se desfiam pelo badalar dos sinos dos campanários? Do constante devir da complexidade do ser humano?

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Divisória

Linha limite, de um lado o verde, as ruínas, o velho casario e a calçada imponente que define o que é do outro lado, a imponência, o estilo, a posição, nem que por dentro esteja tudo em ruínas.